Há mais ou menos 3 anos, principalmente no ano passado (2007), o número de investidores na bolsa aumentou exporadicamente. Estávamos até então, vivendo em tempos de mercado em alta, e com a Bovespa batendo récorde atrás de récorde , o que despertou o interesse de muita gente que nem se quer fazia idéia de como se aplicava na bolsa de valores. No fim de 2007, a bovespa já registrava mais de 135 mil novos usuários operando através de Home Broker (sistema que possibilita ao investidor encaminhar ordens de compra e venda de ações e de opções pela Internet), esse número é 117% maior do que em 2006. Segundo o economista Carlos Souza Barros em seu artigo publicado na Gazeta Mercantil no final do ano passado, dados da Bovespa consolidados em julho de 2007 indicavam que mais de 54 mil jovens entre 11 e 20 anos investiam na Bolsa. Apesar do número parecer pequeno, afinal vivemos em um país com cerca de 190 milhões de pessoas, o dado é significativo, já que se trata da segunda maior parcela de investidores da bolsa brasileira quando se fala em pessoa física. Ainda segundo a Bovespa, a campeã é a faixa entre 21 e 30 anos, com 66 mil investidores; a geração anterior - entre 31 e 40 anos - soma 57 mil pessoas; e os grupos entre 41 e 50 anos (49 mil) e mais de 50 anos (48 mil) já são superado pelos 'garotos', ou seja, os maiores investidores da bolsa fazem parte da geração Y. Ainda segundo o artigo, estamos falando de um público muito jovem, que inicia seus contatos com a indústria dos investimentos e que vê em sua conta seus primeiros rendimentos, muitas vezes em forma de mesada. Isso explica porque, mesmo em maior número, os jovens ainda 'comem poeira' atrás dos mais experientes: são responsáveis por menos de R$ 2 bilhões, num total de R$ 69 bi investidos por pessoas físicas na Bovespa – os investidores com mais de 50 anos detêm o maior volume: R$ 35,5 bilhões, ou mais de 51%. Mas porque tantos Y´s investiram na bolsa no ano passado? Talvez não seja apenas o fator internet, que é um grande facilitador nas operações de investimento, a resposta pode estar no fato desses jovens nunca terem perdido, ou seja, nunca passaram por uma crise econômica forte. No final da década de 80 quando o Brasil vivia um de seus períodos de maior inflação de nossa história recente, esses jovens ainda eram crianças e não viveram a plenitude desse turbilhão. E a crise de 1929? Essa nem se fala, só foram vistas nos livros de história na época do colégio, e tidas como um fato impossível de ocorrer nos tempos de hoje, era coisa de quem não sabia administrar naquela época. Pois bem, hoje enfrentamos uma crise maior do que a de 1929, a grande diferença é que naquela época o caos foi muito maior pois o governo não interveio, e dessa vez o mundo inteiro se uniu para tentar conter a crise internacional.
Sem dúvida os anos de 2008 e 2009 ficarão marcados na história como a primeira grande crise financeira que a geração Y terá enfrentado, resta saber se isso mudará o comportamento desses potenciais investidores, mas uma coisa é certa, isso tudo deixará essa geração mais experiente e crente de que as crises existem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário